segunda-feira, 29 de junho de 2009

sábado, 27 de junho de 2009

The Unicorns: mais que cavalos

Existem bandas que, mesmo com a qualidade e sucesso, deixam apenas um disco de herança. Podemos nos lamentar, já que poderíamos ouvir mais (bons) frutos daquela banda, mas talvez o fato de ter apenas um disco é que faz (ou contribui) para a banda ser tão boa (imagine o status do Interpol, se tivesse acabado após o primeiro CD).
O Unicorns é uma dessas bandas. E melhor do que pensar no que eles poderiam ter feito é pensar nas coisas boas que fizeram - ou na coisa boa, chamada Who Will Cut Our Hair When We're Gone? e lançada em 2003.

Capa de lápis de cor

Há um clima de gozação, de "nem aí" no Unicorns, que fica explícito em algumas letras metalinguísticas e irônicas. Em "Let's get known" eles dizem "Hey! let's get known /If we work real hard, we can buy some matching clothes / For our live shows" - e é só assistir algum vídeo para ver que eles realmente usam roupas combinando, todas em tom de rosa. Na engraçada "Child Star" eles simulam uma conversa entre uma estrela de cinema e um fã rancoroso, que desenvolvem uma relação de ódio de maneira extemamente infantil ("I hate you/ I hate you too"). Em "I was born (a unicorn)", Ginger e Diamonds fingem uma briga de egos: "We're never gonna stop/ I think I wanna stop/ We want one us/ I dont care I'll do push-ups/ I write the songs/ I write the songs/ You said I'm doing it wrong/ You are doing it wrong".



Roupas rosa-bebê combinando

Mas Who... não é filho único do Unicorns. Antes do disco responsável pela fama do grupo, eles haviam lançado pela própria gravadora (Caterpillars of the Community) Unicorns Are People Too, em março de 2003, CD limitado à 500 cópias e sem o baterista J'aime Tambeur. Nick e Alden dividiam todos os instrumentos - o que dá para notar em algumas músicas, em que um instrumento só entra quando outro termina, como se fosse gravado ao vivo.
Unicorns Are People Too é a prova da importância de um produtor no disco. Não só para lapidar as músicas, mas para ver potencial em algo ainda tão "rascunhado", para não dizer tosco. Estão lá as primeiras versões de "I Was Born (A Unicorn)", "Child Star", "Innoculate the Innocuous" e "Ghost Mountain", além das bacanas "I Do (It)", "Thunder & Lightning", "Evacuatin' Somethin' Warm", "52 Favorite Things" e "William, Clap Your Hands".
Ao invés de gastar minhas palavras falando sobre o disco, reproduzo e (mal) traduzo a ótima e precisa descrição que encontrei aqui: Unicorns Are People Too é "altamente recomendável; uma pequena, glitchy, lo-fi, boba exploração de jedi-pop que ameaça queimar a vista. Um deve-ouvir até mesmo para o mais casual fã de Unicorns, que gostou apenas remotamente de Who Will Cut Out Hair When We're Gone?". Resumindo: experimentação eletrônica + rock+ pop feita por gente com tempo de sobra e recursos de menos.


Jellybones versão diamante

Se Who Will Cut Our Hair When We're Gone? não era filho único, Unicorns Are People Too também tem um filho mais novo. Three Inches of Blood é um CD demo que eles distribuíam para donos de casas de shows. Mais tosco que seu sucessor, é também um exemplo das melhoras que uma produção pode fazer. Quando se escuta a primeira versão de "Jellybones", praticamente só teclado e bateria (e vocal), dá vontade de agradecer a quem a ajudou a transformá-la na música sensacional de Who... – mesmo que a versão tosca tenha seu charme, é bom que alguém tenha tirado o melhor daquilo. Three Inches of Blood tem muita coisa inútil, introduções e barulhos entre as músicas, talvez coisa de quem grava o primeiro disco e quer experimentar tudo o que pode. Mas tem também músicas boas que poderiam ser levadas para frente, como "Do The Knife Fight", não por acaso super agressiva e com uma guitarra ótima e marcante – além da bateria quebrada. Aliás, o vazio (se eu fosse chique diria "som cru") da demo vem não só da pós-produção fraca mas do fato que na época a banda era apenas Alden Penner (Alden Ginger) e Nicholas Thorburn (Nick "Neil" Diamonds), que dividiam a bateria e os vocais, enquanto o primeiro ficava com guitarra e baixo e o segundo com teclados.




Jellybones: boa mesmo antes de lapidada

Os unicórnios morreram em 2005, e eu não sei quem corta os cabelos deles agora. A justificativa foi que ser um unicórnio impossibilitava uma vida "normal" de ser humano. Mas a verdade era que Alden Ginger e Nick Diamonds nunca se deram bem (aquelas letras não eram só zoação), e após o rompimento Nick e Jaime, o baterista, continuaram o projeto de hip hop Th' Corn Gangg e formaram o Islands.




"Creeper" é bem legal, mas o Islands não é grande coisa. A banda lançou Return to the sea em 2006 e Arm's Way em 2008, e Jamie Thompson participou apenas do primeiro disco, já que saiu em maio de 2006 porque não fazia questão de estar numa banda de sucesso. Em setembro deste ano, o Islands irá lançar o terceiro disco, Vapours.


No outro lado da separação ficou Alden Ginger/Penner, que em 2007 formou com Brendan Reed (ex-Arcade Fire antes do sucesso e dono do site No Cars Go) o Clues. A banda lançou o primeiro CD em maio deste ano.

***

Todos os discos aqui citados estão disponíveis para download no recomendadíssimo Musique Indiegeste, que fez a gentileza de preparar um post especialmente para o Indieoteca.

Para mais informações sobre o Unicorns, incluindo links para download de singles e outras coisas raras, vá ao The Secret Unicorns Forum (shhh).

sexta-feira, 26 de junho de 2009

R.I.P. Michael Jackson




Não vai ter outro como ele.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O que ando ouvindo...

Parts & Labors - Receivers

O Parts & Labors coloca o eletrônico no rock de um jeito original, sem a necessidade de colocar as meninas para dançar. Sabem usar microkorg como ninguém (haha), e é super recomendado para quem gosta de um barulho bem feito (se é que vocês me entendem). Receivers é o último disco, de 2008. Na resenha do Pitchfork tem um player com as músicas, para quem quiser ouvir antes de baixar.

Coloco aqui o clipe de "The Gold We're Diggin", que não é de Receivers, mas de Mapmaker, de 2007, que tem a capa muito parecida com aquele disco do Broken Social Scene. Olha só como é bacana:

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Watch me Jumpstart

Lembram quando o Pitchfork disponibilizou por uma semana o vídeo do Lee Ranaldo? No One Week Only desta semana eles colocam um documentário sobre o Guided By Voices chamado Watch me Jumpstart e lançado em 1988. Eu embedo aqui, mas também sai do ar em uma semana!

CSS com pintos?


Anotaí: a banda do momento é o Mickey Gang. Lá na Inglaterra. Como o Ortega contou no Pílula Pop, eles ganharam uma matéria na NME, na seção Radar desta semana. O quarteto de Colatina, Espírito Santo - que não sonhava em tocar na Europa e já achava ótimo tocar numa capital brasileira - fez alguns shows recentemente na terra da rainha.
Além de chamá-los de personal trainers latinos da Madonna, a NME definiu a banda como o CSS com pintos (oi, Adriano?). Quem for ao MySpace talvez não veja a semelhança de cara, pois a primeira música é "Born in the 90's", que parece mais um The Killers cantado pelo Billie Joe. Acho que o nome diz tudo em "With love, Prince", e a semelhança com CSS fica óbvia com "We are wolves", que poderia muito bem ter sido feita pela banda paulista. "Horses can't dance" não está no MySpace, mas tem aqui.
Aos que ficam com preguiça só de ouvir a comparação, acho que vale dar uma chance à gangue do Mickey, eu me surpreendi.
Para ver a matéria da NME é só ir no Pílula Pop.

PS.: O Justin Timberlake fez um post sobre com a "cena eletrônica brasileira". Chique, né?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Clipes novos (ou nem tanto)

Sei que estou colocando muitos clipes aqui ultimamente, vou dar um tempo, mas não poderia deixar de comentar destes:


Meio nada a ver lançarem este clipe agora né? Mas que bom que fizeram isso, achei legal e engraçado (instinto maternal mode off). Quando o Stereogum disse que a mulher era a Joanna Newsom eu duvidei, mas já que o Lúcio falou que é...



Que coisa linda maravilhosa é esse clipe de "Postcards from Italy"! Com climinha vintage, íntimo. Zach Condom se especializa em clipes (e músicas) perfeitos.



Tentei colocar este clipe neste post, mas o MySpace Video não deixou. Agora já tá no YouTube e todo mundo já viu, já chamou de esquisito, etc e tal, mas coloco aqui também de birra e para marcar minha "fase Grizzly Bear".

Falando em não conseguir embedar, cliquem aqui para ver o bacaníssimo "Not Fair", da Lily Allen. Clipe ótimo da música mais viciante dela, que rolou no último podlist/playcast. Bem 70's, e a Lily está bem bonita.

Bom feriado! =)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Música (e disco) nova do Yo La Tengo

Aconteceu uma coisa estranhíssima este fim de semana: descobri que o Yo La Tengo vai lançar disco novo este ano lendo um jornal impresso mineiro*. Chocada, fui procurar mais informações, e descobri que eles já até liberaram uma música no site deles, chamada "Periodically Double or Triple" (pelo que eu ouvi, é um pedaço, mas é bom).

Popular Songs será lançado em 9 de setembro pela queridíssima Matador, que hoje lança oficialmente The Eternal do Sonic Youth e que este ano coloca nas prateleiras o God Help The Girl, Julian Plenti e as versões de luxo dos discos do Pavement. 2009 vai ser (já é) um ano ótimo para o indie.


*Será que eu estou desatualizada ou as coisas estão mudando (para melhor)?

domingo, 7 de junho de 2009

Podlist/Playcast #6

O podcast que é playlist voltou! A verdade é que ele nunca morreu - se o primeiro deste ano foi chegar só em junho, é sinal do 2009 corrido que estou tendo!

O tema do podlist/playcast é Heartbreakers (bem a tempo do Dia dos Namorados) e agrupa músicas cujas letras falam não só de terminar um relacionamento, mas de fazer isso de maneira dura ou direta demais - talvez até sincera demais - mesmo que façam isso com a delicadeza e educação do Jens Lekman. Longe da "elegância" de Jens está Lily Allen com a sua engraçada e sinceríssima "Not Fair", deixando bem claro qual é o problema.
Tem também Zooey Deschanel cantando com jeito de diva para você se sentar sozinho e "I'm a terrible person", música mais filha-da-puta cara-de-pau que já ouvi.
Não podia faltar o clássico da música pé-na-bunda, "I will survive" (na verdade, a vingança maligna de quem foi dispensado e agora está dando um fora). Prefiro a versão original da Gloria Gaynor, mas como esse blog se chama Indieoteca, coloquei a versão molenga do Cake.





Para quem não lembra, dá para baixar na página do Indieoteca no podOmatic.

Um muito obrigado ao Eduardo por juntar as mp3 e ao Ortega pela dica da "Not Fair".

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lee Ranaldo versão vídeo

Durante esta semana, e apenas durante esta semana, o Pitchfork está disponibilizando "Drift", trabalho do Sonic Youth Lee Ranaldo e da artista Leah Singer. É o mesmo vídeo que passou alguns anos atrás na mostra Indie e que, após fila e confusão para entrar, apenas 10% das pessoas continuaram na sala de cinema. Não porque seja horrível, mas porque as pessoas esperavam um "filme com historinha" (logo de quem). Eu acho bem legal e bonito (e perturbador). Para facilitar o caminho, coloquei aqui:

Novo clipe do Dinosaur Jr.

Com J. Mascis e companhia andando de skate. Sensacional!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Curtas (extended version)

Corre para ouvir a sensacional nova música do Pearl Jam, "Got Some". Me deixou empolgadíssima para ouvir o disco todo, Backspacer (quando sai hein?). Quem conseguir o vídeo deles tocando no Tonight Show, primeiro do Conan O'Brien no lugar do Jay Leno, me avisa? A merda da NBC tira do YouTube e o Hulu só deixa americano ver.

Já o novo clipe do Kings of Leon de "Notion", do tão falado por aqui Only by the Night, não foi barrado pelo YouTube. Rola uns efeitos muito paias, mas a música é boa:



O Jarvis Cocker vai participar do novo filme do Wes Anderson (amo!). Ele vai usar a voz, claro, para dublar um boneco. O filme estrelará, obviamente, Owen Wilson, Bill Murray and Willem Dafoe.

segunda-feira, 1 de junho de 2009