sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu quero ir para Marte

No dia 10 de julho de 2010 eu comecei um rascunho neste blog sobre Queen of Denmark, o disco de estreia do John Grant que eu não parava de ouvir e que considero até hoje o segundo melhor do ano passado, perdendo apenas para o Tame Impala.

Vou poupar vocês da parte em que fico me martirizando por não ter escrito este post antes e ir direto ao assunto. Fico tranquila de fazer minha parte para que este disco seja ouvido, pois é incrível e infelizmente passou desapercebido por muitos lugares.




O John Grant era um cara que, apesar de já ter tido uma banda (The Czars), não tinha muita fé em si mesmo, e só fez essa obra-prima graças ao empurrãozinho do Midlake, que gravou o disco com ele. O sofrimento, a falta de auto-estima, o passado difícil, tudo isso dá para sacar pelas letras, que são sensacionais. Mas isso não vem de uma maneira ruim. Não há uma "bad vibe" no disco, não tem ódio sendo despejado... nem vira uma sessão chata de terapia. É sentimento, descrito com sinceridade e ironia, e com ótimos arranjos também. E é um disco, daqueles com começo meio e fim, que não se vê mais por aí.




Você pode ouvir John Grant falando sobre expectativas, sociedade, sexualidade, a relação com o pai e outras coisas no Queen of Denmark (que o Leandro disponibilizou para download aqui). Ou falando de ser tradutor na Alemanha e contando a história do disco nesta entrevista, que está completa no Face Culture. Lá ele também fala de drogas, do passado bad vibe... vale muito a pena.


Mas não se engane pensando que Queen of Denmark é deprimente. Há, por exemplo, as referências engraçadíssimas em "Sigourney Weaver", e "Chickenbones", uma das músicas mais "alegrinhas" de Queen of Denmark.


Agora fica fácil entender o porquê de eu ter demorado tanto a finalizar este post. Não conseguiria passar em um texto a grandiosidade desse disco.

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