segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Curtas
Eba! Para alegria geral da nação, She & Him vai lançar outro disco ano que vem. Zooey diz que já tá gravado e tudo mais.
Dá pra ver o DVD do Nirvana Live at Reading todinho no YouTube. Massa.
E dá pra ouvir o novo single do Spoon, "Written in reverse", do álbum Transference, aqui.
Vai ter show do Brett Anderson no Brasil em janeiro, Curitiba e São Paulo (essa é pro Palandi).
Entrevista Dirty Projectors
Foram precisos oito discos (entre eles EPs, um só de versões do grupo hardcore setentista Black Flag e outro sob nome diferente) e várias trocas de integrantes para que o Dirty Projectors, banda americana que se apresenta hoje no Teatro Odisseia, chegasse à sonoridade alcançada em Bitte orca, último disco da banda, lançado este ano, e classificado por muitos como melhor álbum de 2009 (tirando o favoritismo, ao menos no mundo indie, do aclamado Merriweather post pavillion, do Animal Collective).
– É louco isso. Eu não tenho ideia se Bitte orca é realmente o melhor disco de 2009. Estamos fazendo essas coisas há muito tempo. É gratificante, tivemos uma resposta muito positiva. Não sei o que pensar sobre isso – diz Dave Longstreth, criador, compositor e mentor da banda (o primeiro disco, de 2002, The graceful fallen mango, foi lançado sob seu nome).
O título que deve figurar no topo das listas de melhores do ano – ao menos nas de indie rock – causa bastante estranhamento, mas Longstreth esclarece:
– Bitte orca é tipo uma frase inventada. Bitte é alemão, uma palavra para designar “por favor”, e orca é a baleia assassina. Não tem um significado, nós gostamos do jeito que soa, as duas palavras juntas.
O som do DP (as iniciais da banda fazem uma brincadeira com “double penetration”, a conhecida dupla penetração do universo pornô) não se encaixa facilmente em qualquer rótulo conhecido do supermercado musical. Uma das diversões da banda é, exatamente, subverter os rótulos mas de um jeito inovador. Experimental? Eletrônico? Indie pop? Rock de vanguarda? Todos, e nenhum, podem ser usados para definir a banda.
Ao ouvir Bitte orca é impossível não notar a importância das vozes na música do grupo Dirty Projectors. Além de Longstreth, a banda também conta com três vocalistas: Amber Coffman, Haley Dekle e Angel Deradoorian (que acaba de lançar um EP solo). Uma constante no disco são as harmonias vocais feitas pelos quatro. Não por acaso, Longstreth já chegou a dizer que a voz é seu instrumento favorito.
– Acho que isso é uma verdade para a banda agora, mas não há um favoritismo, eu gosto das coisas cada uma em seu momento, não acho que as vozes são mais especiais que as guitarras ou outros instrumentos. Mas eu gosto da voz.
Bitte orca foi lançado em várias mídias, incluindo, além do tradicional CD e do cada vez mais comum lançamento digital, versões em cassete e vinil. Para o vocalista, a sonoridade do cassete combina com a música da banda:
–Foi por isso que nós resolvemos lançar o disco assim também.
E qual a diferença ao ouvir o mesmo disco em mídias diferentes?
– Não sei, o que você acha? – retruca Longstreth.
Difícil saber, já que não só a fita cassete, como nenhuma das “versões” de Bitte orca, foi lançada no Brasil.
Os ritmos africanos, mesmo que de um jeito sutil, estão cada vez mais presentes no indie rock. Assim como o Vampire Weekend – cujo vocalista já foi membro do DP – Dave Longstreth diz que é influenciado pelos estilos musicais da África. Mas, na hora de explicar exatamente o que essa influência trouxe para a música do Dirty Projectors, Longstreth devaneia:
– Uma sensação de espaço... fora do espaço, não sei. Só densidade e espaço.
Talvez as palavras sejam mesmo piores para definir o tempero afrobeat do DP do que a audição de Cannibal resource, música que abre Bitte orca. Sobre as outras inspirações e influências na hora de compor, Longstreth também não é muito específico:
– Não sei, simplesmente faço o que eu faço, o que está na minha mente... Normalmente o que eu gosto acaba se transformando na música.
Muitos acreditam que a localização geográfica pode ser uma das influências do DP. Ou, ao menos, uma fonte de criatividade, já que a região do Brooklyn, em Nova York, está se tornando o celeiro do rock. O local é origem não só do Dirty Projectors, mas de outros nomes do gênero que vem despontando atualmente, como MGMT, Grizzly Bear e Yeasayer. O Brooklyn está se tornando a nova Seattle – a cena musical de lá já ganhou até um festival em homenagem, o Brooklyn Bridge, que aconteceu em São Paulo há duas semanas.
– Não sei se há realmente uma cena do Brooklyn. Mas é certo que muitos dos nossos amigos são pessoas de bandas daqui – diz Longstreth.
Se há uma influência que o líder do Dirty Projectors não nega é a de David Byrne. A banda gravou, no começo do ano, a música Knotty pine, em parceria com o ex-Talking Heads, para a compilação Dark was the night, que inclui mais 30 músicas inéditas de outras bandas indie.
– Ele foi muito legal. Nós amamos a obra dele, escuto desde os 10 anos de idade. É uma fonte constante de inspiração.
Seis não é demais
Inicialmente um projeto de Longstreth, o Dirty Projectors já passou por algumas modificações até chegar a formação atual, com Nat Baldwin (baixo), Brian Mcomber (bateria), Haley Dekle (vocais), Amber Coffman (vocais e guitarra) e Angel Deradoorian (teclado, guitarra, baixo e vocais). Angel entrou no lugar Susanna Waiche, que saiu após Rise above, disco de 2007 que é uma reinterpretação do álbum Damaged, do Black Flag, através das lembranças de Dave Longstreth após 15 anos sem ouvir o disco. A vocalista Haley Dekle foi a última “aquisição” da banda, que tem uma lista de 12 ex-membros. Mas foi tão difícil encontrar as pessoas certas para a banda?
– Acho que eu não tive que pensar tanto. Nós formamos uma banda consistente agora, acho que eu só queria encontrar músicos que tocassem as músicas que eu componho. A banda agora é como uma família, você pode contar com as pessoas do grupo. E você se acostuma com tanta gente na banda.
Quem espera, ansioso, a sequência do sucesso de Bitte orca, é bom saber que a banda está mais concentrada nos shows.
– Não estamos trabalhando num novo disco, acabamos de lançar o Temecula sunrise (EP que saiu em setembro).
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Novo clipe do Vampire Weekend
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O melhor disco de 2010?
Sobre o clipe, adorei as cenas cotidianas com um toque surreal, a Charlotte tá linda, em especial na parte que está chorando (?), e se alguém souber onde vende uma camisa xadrez igual a dela me fala!
ps.: Acho que fui sem noção em 80% das coisas que escrevi aqui, haha.
[UPDATE] Vi no Cilada Mental a versão gatinha-no-jogo-de-tênis do clipe:
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Single Ladies indie
Vou além de Kanye West e digo que esta é a música da década. Juro.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
The Whitest Boy Alive no Brasil
Eu não conheço a banda muito bem, apesar de ser bem bacana, mas simpatizo demais com esse nome. Ou melhor, simpatizo não, me identifico mesmo (poderia trocar o boy pelo girl).
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Esquenta Planeta Terra 2009
Relembrando os horários:
SONORA MAIN STAGE:
02:00 - 03:00 - Etienne de Crecy (live act)
00:15 – 01:30 – Iggy Pop and The Stooges
22:15 - 23:45 – Sonic Youth
20:30 - 21:45 - Primal Scream
19:00 - 20:00 - Maximo Park
17:30 - 18:30 - Moveis Coloniais de Acaju
16:00 - 17:00 - Macaco Bong
COCA-COLA ZERO STAGE
03:00 - 04:00 – Anthony Rother (live act)
01:30 - 02:30 – N.A.S.A.
00:00 - 01:00 - The Ting Tings
22:30 - 23:40 – Metronomy
21:00 - 22:00 – Patrick Wolf
19:30 - 20:30 - Copacabana Club
18:00 - 19:00 – Ex!
O Planeta Terra fez uns vídeozinhos de esquenta, confira aqui.
E eles iriam mandar uns ingressos para sortear aqui, mas fuen fuen fuen fuen, não chegaram.
Eu espero que seja bem surpreendente, porque achei o line-up fraco/repetitivo (#prontofalei).
Até lá!
Sonic fucking youth: entrevista com Thurston Moore
Hoje é véspera do Planeta Terra e faz exatamente uma semana que eu conversei com Thurston Moore, realizando o sonho de 10 em cada 10 indies desse mundo. Eu tentei, mas ele não quis ser meu amigo.
Vou colar aqui a matéria que saiu no JB de domingo. Quem não tiver coragem de encarar tanto texto, adianto que o Mark Ibold continua tocando com eles, mesmo com a volta do Pavement.
***
O título do último disco, The eternal, já diz tudo. Unanimidade no rock alternativo, há 28 anos o Sonic Youth vem fazendo uma sinfonia de barulhos e experimentações que se estendem até aos instrumentos, frequentemente modificados pelos integrantes. Com o 16º disco lançado em junho, os já cinquentões se apresentam pela terceira vez no Brasil, como uma das atrações do festival Planeta Terra, que acontece dia 7 de novembro em São Paulo, e também traz outros dinossauros do rock, como Iggy & The Stooges e Primal Scream.
– Nós ainda não decidimos o repertório, mas imagino que vamos tocar nossas músicas novas, como estamos fazendo nos últimos shows, e outras músicas antigas, talvez umas duas do Daydream nation – especula Thurston Moore, guitarrista e vocalista da banda.
O último disco marca a volta da banda às gravadoras independentes: The eternal foi lançado pela Matador, depois de nove discos lançados pela Geffen. A mudança, segundo Moore, foi positiva, acrescentando que é “legal e interessante trabalhar com a Matador”.
O álbum é também o primeiro com a participação do baixista Mark Ibold, que começou a tocar com a banda em 2006, na turnê do disco Rather ripped, e agora é o quinto membro do Sonic Youth.
– É ótimo tocar com o Mark, ele é muito divertido e animado, adora conhecer as cidades a que vamos. Ele acorda às 6 da manhã e faz passeios de bicicleta ou procura lugares legais para comer. Mas não sei quais serão os planos dele em São Paulo, porque em um dia teremos ensaio, e no outro é o show, então será bem cansativo.
A anunciada volta do Pavement, antiga banda de Mark Ibold que foi um ícone nos anos 90, não significa um afastamento do baixista do Sonic Youth.
– Eles têm esses shows em 2010 que vão ter muita repercussão, mas Mark continua trabalhando com a gente – diz Moore.
Não é a primeira vez que o Sonic Youth trabalha com um quinto elemento. De 2000 a 2005, o quarteto (completado por Kim Gordon, voz, baixo e guitarra; Lee Ranaldo, guitarra e voz; e Steve Shelley, bateria) tinha a ajuda do músico Jim O'Rourke, que inclusive se apresentou com o grupo no último show no Brasil, em 2005. A mudança afeta a dinâmica e o som da banda.
– Isso permite que a Kim cante e toque mais, ancorada pelo baixo durante todo o set. Por muito tempo nós não tínhamos um baixo, um grave, quem fazia isso era o bumbo da bateria – explica Moore, já que agora Kim Gordon pode sair do baixo para tocar mais guitarra ou simplesmente cantar.
A postura indie e o som experimental do Sonic Youth fez com que muita gente estranhasse a participação recente da banda em um episódio do seriado Gossip girls, sobre jovens da elite de Manhattan. Moore diz que assiste o seriado por causa de sua filha adolescente, Coco, fruto de seu casamento com a companheira de banda Kim (os três já haviam tocado em um episódio da série Gilmore girls, em 2006).
– Eu sou muito influenciado por ela e pela cultura jovem, e gosto do seriado, acho muito engraçado na verdade. É interessante porque é um equilíbrio entre fantasia e realidade, eles têm bons atores jovens, ótimos personagens. É realmente engraçado porque eu cresci em Nova York e eu vejo os personagens indo do Brooklyn ao Upper East Side duas, três vezes ao dia. Eu não sei como eles fazem isso, é como se tivessem um tapete mágico – brinca Moore.
No episódio, Kim Gordon celebra o casamento de dois personagens da série, e a banda toca na cerimônia uma versão acústica de Star power, música feita em 1986, quando muitos dos fãs da série ainda nem eram nascidos. A banda aproveitou a aparição para lançar um single com a versão inédita da música, e também colocou à venda uma camiseta e um pôster de tiragem limitada de Star power. Mais lançamentos como este ainda não estão nos planos da banda.
– Talvez nós faremos mais coisas desse tipo. Fizemos muitos shows durante o verão e temos mais shows no inverno (do Hemisfério Norte), e após a turnê de The eternal irei focar no meu disco solo e numa editora de livros que estou criando.
O disco solo será o quarto de Moore; ele diz que está em processo de composição. Já a editora será lançada no ano que vem e vai se chamar Ecstatic Peace, mesmo nome do selo criado pelo guitarrista. O foco serão livros de arte.
– Sempre estive envolvido com isso, fazendo zines e publicações como um zine chamado Killer, que eu ainda faço. Também editei alguns livros em editoras maiores, e um dia me perguntaram se eu não gostaria de distribuir livros de arte. Claro que aceitei. Sempre estive muito envolvido com literatura, tanto quanto com a música.
Não só Moore passeia pelas letras, como também Lee Ranaldo, que já tem livros de poesia publicados. Kim Gordon também tem trabalhos extra-musicais, já tendo exibido e publicado alguns de seus trabalhos em artes plásticas, e pode ser uma das autoras com livros lançados pela Ecstatic Peace.
A participação mais recente de Moore no mundo dos livros foi em Grunge, obra que reúne fotos de Michael Lavine em torno de bandas e frequentadores da cena de Seattle. O guitarrista do Sonic Youth ficou responsável pelo prefácio e ganhou o nome na capa. Mas ele não acredita que exista um revival do grunge.
– Muitas pessoas estão sendo inspiradas pelo som das bandas daquela época, mas eu não acho que o grunge esteja voltando. As bandas novas podem fazer um som mais direto, como o Nirvana e Screaming Trees, mas não é uma volta. É como o punk rock, há sempre uma inspiração.
Completando quase três décadas de banda e ainda mantendo frescor e vitalidade nas composições – o último disco obteve uma das melhores posições que o grupo já teve nas paradas americanos – o Sonic Youth não acha que se reinventa a cada álbum.
– Não acho que exista essa necessidade de ter que se reinventar. O que nós fazemos é a expressão de um momento. Não sentimos esse tipo de pressão.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Them Crooked Vultures
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Comofas, Gondry?
A ideia por trás (ui!) de "Around the world" e "Star Guitar". Não é porque Michel Gondry é meu diretor favorito, mas esses dois clipes em especial são partituras transformadas em vídeo.
domingo, 1 de novembro de 2009
Quando eu crescer quero ser igual a Georgia
'Here to fall', 'I'm on my way' e 'Nothing to hide' você assiste direto no Pitchfork, para eu não lotar de vídeos aqui.